12 junho 2010

Crônicas de ontem, hoje.

Crônicas são um tipo de texto curto, caracterizado por retratar um aspecto do dia a dia vivenciado pelo autor. A principal regra estilística é: não há regras ortodoxas, não existem dogmas para se escrever uma crônica.

Pela característica descritiva e geralmente factual, e também pela brevidade dos textos, as crônicas sempre estiveram próximas do jornalismo e tiveram nos jornais uma espécie de maternidade. Ou patrocínio para crescer, como preferirem. A seguir, alguns trechos de crônicas, escritos antes do ano de 1920, e que parecem estranhamente atuais.

Aliás, essa é característica de um bom texto. Nunca perde a atualidade.

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"Esta rua foi calçada há perto de cinquenta anos a macadame e nunca mais foi o seu calçamento substituído. Há caldeirões de todas as profundidades e larguras, por ela afora. Dessa forma, um pobre defunto que vai dentro do caixão em cima de um coche que por ela rola sofre o diabo. De uma feita um até, após um trambolhão do carro mortuário, saltou do esquife, vivinho da silva, tendo ressuscitado com o susto".

>> trecho de "Queixa de defunto", de Lima Barreto.

Isso foi lá pelos idos de 1900. Alguma rua esburacada nestas vindas de 2010?

07 junho 2010

Novo Uno: propaganda enganosa?

Na contracapa da Quatro Rodas deste mês, temos uma propaganda do Novo Uno, com uma foto de um modelo Vivace pintado de azul. Bonito.

Percebi que o modelo da foto chamava bastante atenção e parecia mais bonito e esportivo do que nas outras fotos do novo Uno - na própria revista há duas matérias com o carro. Resolvi analisar quais eram os elementos que destacavam o Uno azul e procurar "photoshopadas" pulblicitárias.

O Uno da foto é uma unidade completa, com todos os opcionais - até aí tudo bem, isso é padrão em fotos publicitárias, mesmo que no mundo real poucos carros sejam vendidos dessa forma.

Mas encontrei um detalhe realmente interessante: o carro da foto está rebaixado! O Uno azul ficou muito mais chamativo porque teve a altura das suspensões alterada. E isso é fácil de comprovar, basta comparar as fotos internas da revista com a propaganda.

Não sabemos se a alteração foi realmente mecânica, feita pela Fiat, ou se foi executada no photoshop. Provavelmente a segunda opção.

Fica a pergunta: rebaixar o carro na publicidade é uma jogada de marketing válida ou simples propaganda enganosa? Afinal, quando for comprar seu carro, o consumidor não irá encontrar aquela opção para vender na concessionária...